quinta-feira, 1 de março de 2012

REFORMA DA IGREJA - OS VALDENSES


REFORMA DA IGREJA - OS VALDENSES

Muito mais próximo dos movimentos protestantes e puritanos esteve o movimento valdense, aparecendo na quarta parte do século XII. Os Valdenses que apareceram quase junto com os cátaros, em 1170, com Pedro Valdo, um rico comerciante de Lyon. Pedro Valdo leu uma tradução do Novo Testamento e ficou tão impressionado com os ensinamentos de Jesus que abandonou todos os seus bens, ficando apenas com o necessários para o sustento seu e de sua família. Organizou um grupo conhecido como os "Pobres de Espírito". Eles explicavam liam e Distribuíam as Escrituras Sagradas. Agindo assim contrariavam os costumes e as doutrinas dos católicos romanos. Modelavam suas Congregações pela simplicidade da Igreja Primitiva.

A visão dos Valdenses acerca da igreja era caracterizada por uma tendência fortemente perfeccionista e uma predisposição anti-sacerdotal. Eles acreditavam que a Igreja Romana havia perdido toda a sua Autoridade Espiritual Quando o Papa Silvestre I, no século IV, recebeu por dádiva uma propriedade e poder terreno do Imperador Constantino.

Apenas os Valdenses sacerdotes, conhecidos como "perfeitos", poderiam ouvir uma confissão ou dar absolvição, já que apenas eles eram limpos do pecado. Os Valdenses muito mais do que Wycliffe ou Hus, ligavam a eficácia dos sacramentos à qualidade moral dos sacerdotes. Nesse sentido representavam um ressurgimento do princípio donatista contra o qual havia lutado Agostinho. Seu anti-sacerdotalismo levou-os a eliminar de sua adoração vários rituais comuns a Igreja Romana. Dias Santos, dias de festa, Relíquias, Peregrinações, indulgências e até uma crença sem purgatório - tudo isso foi varrido por se tratar de excrescências maléficas da falsa igreja.

Crendo que todos os homens deviam possuir a Bíblia em sua própria língua, devendo ela ser autoridade final para sua vida e fé, Pedro Valdo fundou uma ordem de Evangelistas, "os pobres de Lyon", que viajavam pelo centro e sul da França, que saíam de dois em dois ganhando adeptos. O movimento Rapidamente espalhou-se pela maior parte da Europa: da França para uma Itália e da Itália para a Suíça, para a Alemanha e até para uma boemia, onde houve uma curiosa mistura de conceitos de valdenses e husitas. Por haverem se despojados dos bens terrenos, a exemplo do próprio Cristo, os valdenses eram às vezes chamados de: "Os seguidores nus de um Cristo nu".

Valdo foi líder do movimento até sua morte em 1217. Os valdenses anteciparam em muitos aspectos os ensinos dos protestantes da Reforma. 

Foram cruelmente perseguidos e expulsos da França, contudo encontraram abrigo nos vales do Norte da Itália. Os Valdenses tiveram condições de sobreviver às freqüentes perseguições por causa de seu modelo de igreja  separatista e devido a sua prática de culto clandestino. Tinham muitas afinidades com manifestações reformistas, tanto que o movimento protestante tornou-os os principais candidatos à conversão. De fato na Reforma muitos dos Valdenses uniram-se a Igreja Reformada sem perder sua identidade própria.

Apesar do século de perseguições, eles permaneceram firmes, atualmente constituem uma parte do pequeno grupo de protestantes da Itália, um Chiesa Evangelica Valdese.


       Pedro Valdo


 J. DIAS

 FONTES:
 Teologia dos Reformadores, Timothy George - Vida Nova
 História da Igreja Cristã, Jesse Lyman Hurlbut - Vida
 O Cristianismo Através dos Séculos, Earle E. Cairns - Vida Nova







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