REFORMA DA IGREJA - OS VALDENSES
Muito mais próximo dos movimentos protestantes e puritanos esteve o
movimento valdense, aparecendo na quarta parte do século XII. Os Valdenses que apareceram quase junto com os cátaros, em 1170, com
Pedro Valdo, um rico comerciante de Lyon. Pedro Valdo leu uma tradução do Novo
Testamento e ficou tão impressionado com os ensinamentos de Jesus que abandonou
todos os seus bens, ficando apenas com o necessários para o sustento seu e
de sua família. Organizou um grupo conhecido como os "Pobres de
Espírito". Eles explicavam liam e Distribuíam as Escrituras
Sagradas. Agindo assim contrariavam os costumes e as doutrinas dos católicos
romanos. Modelavam suas Congregações pela simplicidade da Igreja Primitiva.
A visão dos Valdenses acerca da igreja era caracterizada por uma
tendência fortemente perfeccionista e uma predisposição anti-sacerdotal. Eles
acreditavam que a Igreja Romana havia perdido toda a sua Autoridade Espiritual
Quando o Papa Silvestre I, no século IV, recebeu por dádiva
uma propriedade e poder terreno do Imperador Constantino.
Apenas os Valdenses sacerdotes, conhecidos como "perfeitos",
poderiam ouvir uma confissão ou dar absolvição, já que apenas eles eram limpos
do pecado. Os Valdenses muito mais do que Wycliffe ou Hus, ligavam a
eficácia dos sacramentos à qualidade moral dos sacerdotes. Nesse
sentido representavam um ressurgimento do princípio donatista contra o
qual havia lutado Agostinho. Seu anti-sacerdotalismo levou-os a eliminar de sua
adoração vários rituais comuns a Igreja Romana. Dias Santos, dias de festa,
Relíquias, Peregrinações, indulgências e até uma crença sem purgatório - tudo
isso foi varrido por se tratar de excrescências maléficas da falsa igreja.
Crendo que todos os homens deviam possuir a Bíblia em sua própria
língua, devendo ela ser autoridade final para sua vida e fé, Pedro Valdo fundou
uma ordem de Evangelistas, "os pobres de Lyon", que viajavam pelo centro
e sul da França, que saíam de dois em dois ganhando adeptos. O movimento
Rapidamente espalhou-se pela maior parte da Europa: da França para uma Itália e
da Itália para a Suíça, para a Alemanha e até para uma boemia, onde houve uma
curiosa mistura de conceitos de valdenses e husitas. Por haverem se despojados
dos bens terrenos, a exemplo do próprio Cristo, os valdenses eram às vezes
chamados de: "Os seguidores nus de um Cristo nu".
Valdo foi líder do movimento até sua morte em 1217. Os valdenses anteciparam
em muitos aspectos os ensinos dos protestantes da Reforma.
Foram cruelmente perseguidos e expulsos da França, contudo
encontraram abrigo nos vales do Norte da Itália. Os Valdenses tiveram
condições de sobreviver às freqüentes perseguições por causa de seu modelo
de igreja separatista e devido a sua prática de culto clandestino. Tinham
muitas afinidades com manifestações reformistas, tanto que o
movimento protestante tornou-os os principais candidatos à conversão. De fato
na Reforma muitos dos Valdenses uniram-se a Igreja Reformada sem perder sua
identidade própria.
Apesar do século de perseguições, eles permaneceram firmes, atualmente
constituem uma parte do pequeno grupo de protestantes da Itália, um Chiesa Evangelica Valdese.
Pedro Valdo
J. DIAS
FONTES:
Teologia dos Reformadores, Timothy George - Vida Nova
História da Igreja Cristã, Jesse Lyman Hurlbut - Vida
O Cristianismo Através dos Séculos, Earle E. Cairns - Vida Nova
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