sexta-feira, 9 de março de 2012

A família de Israel


A família de Israel
MÉDIO EM TEOLOGIA

VIDA NOVA COMUNIDADE PENTECOSTAL

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A família:
Nas origens de Israel era estruturada a partir do pai, daí o nome “família patriarcal”. Ele era o chefe e responsável por todos.Tinha uma ou mais esposas sobre as quais exercia autoridade, bem como sobre filhos solteiros e casados, noras, servos e estrangeiros integrados à família.(Gn 17,12-14;48,8-22). A família do patriarca chamava-se Bet-Ab (casa do Pai), na língua hebraica.O patriarca tinha direito de vida e morte tanto sobre os membros da família como sobre seus descendentes(Ex 21,7-11;Gn 19,8;38,24), gozava de plena autoridade jurídica e religiosa, resolvia os problemas que podiam surgir entre os membros e presidia as orações e cerimônias religiosas (Gn 12,7;33,20)

O Clã- Se constituía de várias famílias que eram descendentes de ancestrais comuns.

Tribo - era uma organização social formada por diversos clãs, agrupados em associações protetoras.Eles se ajudavam nas dificuldades econômicas e se defendiam mutuamente.Também consideram comum a origem de seus membros, falavam a mesma língua, tinham os mesmos costumes e as mesmas tradições e instituições. Viviam em comunidades sob a orientação de um ou mais chefes.O governo tribal era uma forma mais democrática e descentralizada de organizar o povo.O modo de vida e organização comunitária dessas tribos constituía uma ameaça aos reis das cidades –estados de Canaã e aos faraós do Egito.

UMA HISTÓRIA PARA VIVER

A parashá (porção semanal) da leitura da Torá que nós lemos no mundo inteiro é Pinchas. Ela explica como a Terra de Israel foi dividida entre as 12 tribos, foram utilizados três métodos:

1) A maior tribo ganhava a maior área.
2) O "Urim e Tumim" no peitoral do Cohen Gadol decidia milagrosamente.
3) Eram feitos sorteios, designando arbitrariamente uma área para cada tribo.

Nomes referentes às doze Tribos

11) RÚBEN
Eis um filho! O filho mais velho de Jacó e Lia (Gn 29.32). Em resultado do seu mau procedimento perdeu o direito de primogênito e todos os privilégios aderentes à primogenitura (Gn 35.22). Ele livrou José da morte, opondo-se a seus irmãos (Gn 37.22). No Êxodo continha a tribo de Rúben 46.500 homens de mais de 21 anos, e aptos para o serviço (Nm 1.20,21; 2.11); e em poder estava em sexto lugar. Alguns morreram na conspiração de Coré (Nm 16.1; Dt 11.6). A sua herança foi um território do lado oriental do rio Jordão, limitado ao norte pelo ribeiro de Jazer, ao sul pelo ribeiro de Arnom, ao ocidente pelo Jordão, e ao oriente pelas montanhas de Gileade. Este território, com o nome moderno de Belca, é "ainda estimado acima de todos os outros pelos possuidores de gado lanígero. É rico de água, coberto de boa relva, e manifesto aos olhos de todos nestes ilimitáveis terrenos incultos, que sempre foram e sempre hão de ser o favorito recurso das errantes tribos pastoris". Os descendentes de Rúben foram a pouco e pouco perdendo toda a associação de sentimentos e de interesse com as tribos ocidentais, afastando-se, além disso, do culto ao Senhor. E desaparecem da história, quando foram levados para a Mesopotâmia por Tiglate-Pileaer (1 Cr 5.26). Não há indicação alguma de que qualquer juiz, profeta ou herói tivesse pertencido à tribo de Rúben.
12) SIMEÃO
Ouvindo. Filho de Jacó e de Lia (Gn 29.33; 34.25). Predisse Jacó que Simeão e Levi, por causa da sua crueldade para com os siquemitas, não teriam porção determinada na Terra da Promissão: "dividi-los-ei em Jacó, e os espalharei em Israel" (Gn 49.5,7). No tempo da fome, foi Simeão conservado prisioneiro por José, como uma segurança de que seus irmãos voltariam ao Egito (Gn 42.24,36). Não é dada a razão da escolha. A tribo de Levi nunca teve qualquer porção determinada do território; e a de Simeão recebeu apenas uma parte da terra, desmembrada de Judá (Js 19.1, etc.), e certos territórios nas montanhas de Seir e desertos de Gedor (1 Cr 4.39,42), que eles à força tiraram aos seus primitivos habitantes. Era pequena a tribo de Simeão, sendo em pequeno grau a sua multiplicação (1 Cr 4.27). Na numeração feita no Sinai, era relativamente grande, pois que forneceu 59.300 combatentes (Nm 1.23; 2.12,13); mas na segunda contagem, em Sitim, era a menor de todas as tribos (Nm 26.14). A sua situação, na marcha pelo deserto, era na parte sul do tabernáculo sob o estandarte de Rúben (Nm 2.12). Houve grande mortandade na tribo, após a sua idolatria em Peor. Josias destruiu os ídolos dos simeonitas (2 Cr 34.6). Davi refugiou-se nas suas terras e deu-lhes parte dos despojos dos amalequitas; e, quando ele subiu ao trono, assistiu à sua coroação em Hebrom um certo número de pessoas daquela tribo (1 Cr 12.23 e seg.).
13) LEVI
O terceiro filho de Jacó, por Lia. Associou-se com seu irmão Simeão na terrível vingança contra os homens de Siquém pelo fato de ter sido seduzida a sua irmã Diná (Gn 34). Noutras passagens da sua vida, ele figura simplesmente como um dos filhos de Jacó.
Levitas = Todos os sacerdotes do povo escolhido eram levitas, isto é, descendentes de Levi por Coate (segundo filho de Levi), e Arão. Mas Levi teve outros filhos, cujos descendentes ajudavam os sacerdotes, formavam a guarda do tabernáculo, e o transportavam de lugar para lugar (Nm 4.2,22,29). No tempo de Davi, toda a família achava-se dividida em três classes, cada uma das quais estava subdividida em vinte e quatro ordens. A primeira classe estava ao serviço dos sacerdotes; a segunda formava o coro dos cantores do templo; e a terceira constituía o corpo dos porteiros e guardas do templo (1 Cr 24,25,26). Para sustentar todos estes homens, tinham-lhes sido concedidas quarenta e oito cidades, com uma faixa de terra em volta de cada uma delas; e tinham, também, o dízimo de todos os produtos e gado do pais (Lv 27.30; Nm 35.1 a 8); desse dízimo cabia aos sacerdotes a décima parte. Além disso, todos os levitas participavam do dízimo dos produtos, que geralmente o povo tinha de empregar naquelas festas, para as quais eram eles convidados (Dt 14.22 a 27).
14) JUDÁ
Louvor. É este um nome que em diversos lugares aparece com a forma de Judas e de Juda. E também a Judéia se chama Judá em certo número de exemplos. 1. Pela primeira vez ocorre em Gn 29.35; é Lia que dá esse nome ao seu quarto filho quando disse: "Esta vez louvarei o Senhor. E por isso lhe chamou Judá." Nasceu em Harã, na Mesopotâmia. À exceção de José, ele figura mais vezes na história de Israel do que qualquer dos seus irmãos. Foi ele que aconselhou a venda de José aos mercadores ismaelitas, querendo evitar a sua morte (Gn 37.26,27). Ele se nos apresenta como o diretor dos negócios da família e, como se diz em 1 Cr 5.2, "foi poderoso entre os seus irmãos". Naquelas memoráveis viagens ao Egito, para comprar trigo, foi Judá que fez objeções ao fato de querer Jacó conservar Benjamim junto de si; e foi ele também que, oferecendo os seus próprios filhos como reféns, fez todos os esforços para trazer de novo Benjamim (Gn 43.3 a 10). Em todas as ocorrências dramáticas entre os filhos de Israel e seu irmão José, bem como no caso de ser a família removida para o Egito, foi Judá quem sempre falou pelos outros. E Jacó reconheceu a ascendência de Judá sobre seus irmãos, o que se mostra nas últimas palavras que o patriarca lhe dirigiu: "os filhos de teu pai se inclinarão a ti" (Gn 49.8 a 10). Judá teve cinco filhos, dois dos quais morreram novos. Os outros três, Selá, Perez e Sera, foram com seu pai para o Egito (Gn 46.12). Estes filhos nasceram na Palestina numa parte do país, de que a família, já uma tribo, se apossou de novo, no tempo da conquista.
15) ISSACAR
O portador do salário. O quinto filho de Jacó e Lia. O que sabemos da sua vida é que ele teve quatro filhos, Tola, Puva, Jó e Sinrom (Gn 46.13). Estes indivíduos foram fundadores de famílias importantes na sua tribo, sendo a sua posição ao oriente do tabernáculo durante a marcha no deserto (Nm 2.5). Issacar ia com Judá e Zebulom à frente das tribos (Nm 10.15). Tinham as três tribos um estandarte em comum, no qual se achavam inscritos os seus nomes e a figura de um leãozinho. A tribo de Issacar foi, também, uma das seis que foram nomeadas para assistirem à cerimônia da maldição e da bênção, no monte Gerizim (Dt 27.12). Apesar da desastrosa mortalidade em Peor, a tribo de Issacar aumentou rapidamente durante a marcha para a Terra da Promissão, porque sendo no Sinai de õ4.400 o número dos seus combatentes, estava já em 145.600 no censo de Joabe (1 Cr 7.2 a 5). Quando os israelitas chegaram à Terra Prometida, recebeu esta tribo, na divisão das terras, algumas das melhores e mais férteis porções ao longo da grande planície ou vale de Jezreel, com a meia tribo de Manassés ao sul, Zebulom ao norte, formando o mar Mediterrâneo e o rio Jordão, respectivamente, os seus limites, ocidental e oriental (Js 19.17 a 23). Depois de se estabelecerem em Canaã, cessou quase inteiramente a conexão entre Judá e Issacar, mas manteve-se perfeitamente até à dispersão o laço fraternal com Zebulom. A bênção de Jacó evidentemente tinha relação com a grande fertilidade da porção de Issacar na Terra Prometida. "Issacar é jumento de fortes ossos, de repouso entre os rebanhos de ovelhas. Viu que o repouso era bom, e que a terra era deliciosa; baixou os ombros à carga, e sujeitou-se ao trabalho servil" (Gn 49.14, 15). Eis aqui uma descrição pitoresca de um povo agrícola que vive pacificamente, feliz com a fecundidade da sua terra, desejando pagar o tributo aos seus violentos e saqueadores vizinhos do norte. No tempo de Davi, grande número da tribo tinha-se entregado a uma vida errante, tornando-se mercenários quando o seu auxilio era desejado (1 Cr 7.1 a 5). Pelo espaço de vinte e seis anos governaram o povo de Israel reis de Issacar.
16) ZEBULOM
Foi o décimo filho de Jacó (Gn 30.20). Quando a tribo de Zebulom partiu do Egito contava 57.400 homens capazes de pegar em armas. Aproximadamente 40 anos mais tarde, o número de guerreiros elevava-se a 60.500. O território cedido a Zebulom, na Terra da Promissão, ficava de certo modo entre o mar de Tiberíades e o Mediterrâneo (Gn 49.13). A referência em Dt 33.19, "chuparão a abundância dos mares e os tesouros escondidos da areia" tem sido interpretada no sentido de entregar-se mais tarde a respectiva tribo ao comércio, à pesca e à fundição de metais e do vidro. O rio Belo, cuja areia se adaptava à fabricação do vidro, corre no território de Zebulom. As "saídas", a que se refere o vers. 18 do cap. 33 do Deuteronômio, são as da planície do Aca; e o monte a que se refere o vers. 19 é a eminência sagrada do Tabor, que Zebulom havia de repartir com Issacar. O "caminho do mar" (Is 9.1), a grande estrada de Damasco ao Mediterrâneo, atravessava uma boa parte do território de Zebulom e devia ter o seu povo em comunicação com os negociantes da Síria, Fenícia e Egito. As tribos de Zebulom e Naftali distinguiram-se na guerra de Baraque e Débora contra Sísera, o general dos exércitos de Jabim. (*veja, também, Nm 1.9,30; 26.26,27; Js 19.10; Jz 4.6,10; 5.14,18.) As povoações de Nazaré, Caná, e Tiberíades estavam situadas dentro dos limites de Zebulom (Is 9.1; Mt 4.13,15).
17) DINÁ
Julgado ou vingado. Filha de Jacó e de Lia; ela acompanhou seu pai desde a Mesopotâmia até Canaã, e foi violada por Siquém, filho de Hamor; Simeão e Levi, irmãos de Diná, por seu pai e mãe, tomaram terrível vingança por esta ofensa, assassinando todos os indivíduos do sexo masculino da cidade de Hamor, sendo esta cidade (Gn 34) também saqueada.
18) ZILPA
Uma mulher siríaca que Labão deu a sua filha Lia para a servir, e que por Lia foi dada a Jacó para sua concubina. Foi mãe de Gade e Aser (Gn 29.24; 30.9 a 13).
19) GADE
Afortunado. Filho de Jacó e de Zilpa, serva de Lia (Gn 30.9, 10, 11). Teve Gade sete filhos (Gn 46.16), saindo mais tarde do Egito a tribo de Gade em número de 45.650 pessoas. Depois de terem sido derrotados os reis Ogue e Siom, desejaram Gade e Rúben que a sua porção territorial fosse ao oriente do Jordão, como sendo mais conveniente do que a região ocidental para as suas grandes manadas. Moisés cedeu ao seu pedido, com a condição de que eles haviam de acompanhar os seus irmãos e ajudá-los a conquistar a terra ao ocidente do rio Jordão. A herança de Gade era limitada ao norte pela tribo de Manassés, ao ocidente pelo Jordão, ao sul pela tribo de Rúben, tendo ao oriente as montanhas de Gileade, mas estes limites, a não ser os da parte ocidental, eram muito incertos. O território de Gade era uma combinação de ricas terras de lavoura e de pastagens, com belas florestas. É, também, terra de rios e nascentes, e os desfiladeiros por onde correm as abundantes águas desde os montes até ao vale do Jordão, são de grande beleza. Mas, sendo a gente de Gade impetuosa e guerreira, não tardou muito que os limites da tribo se estendessem além dos primitivos, e compreendessem toda a região de Gileade. Foram onze os heróis de Gade, que se juntaram a Davi no tempo da sua maior angústia (1 Cr 12.8). Freqüentes vezes os homens de Gade entraram em guerra com os amonitas, os agarenos, e os midianitas, e outras tribos errantes dos ismaelitas a quem tinham desapossado dos seus territórios (1 Cr 5.19 a 22). Jefté, que foi juiz de Israel e era natural de Mispa, pertencia à tribo de Gade (Jz 11); e também Barzilai (2 Sm 19.32 a 39), e provavelmente o profeta Elias. Foi campo de muitas batalhas o território de Gade durante as longas e terríveis lutas entre a Síria e Israel, e em conseqüência disso sofreu muito aquela região (2 Rs 10.33; Am 1.3). O povo de Gade foi levado para o cativeiro por Tiglate-Pileser (Tiglate-Pileser, rei da Assíria (o terceiro ou mais propriamente o quarto rei desse nome) ) (1 Cr 5.26); e no tempo de Jeremias foram as cidades daquela tribo habitadas pelos amonitas (Jr 49.1).
20) BILA
Serva de Raquel, a filha mais nova de Labão. Foi concubina de Jacó, que teve dela dois filhos: Dã e Naftali (Gn 29.29 e 35.25). O seu pecado com Rúben levou Jacó a predizer o mal que havia de cair sobre os seus descendentes (Gn 35.22 e 49.4).
21) RAQUEL
Ovelha. Foi mulher de Jacó. Este só conseguiu casar com ela depois de ter servido Labão, pai dela, e seu tio, por espaço de quatorze anos. O fato de Raquel ter furtado as imagens de seu pai mostra que ela não estava ainda livre das superstições e idolatria, que prevaleciam na terra, de onde Abraão tinha sido chamado (Js 24. 2,14). Era irmã de Lia, e foi mãe de José e Benjamim. Morreu Raquel na ocasião em que dava à luz seu filho Benjamim, sendo sepultada no caminho para Efrata, isto é, em Belém. O seu túmulo, o primeiro exemplo bíblico de ser erigido um monumento sepulcral, ainda ali se mostra (Gn 35.19). Mas em 1 Sm 10.2 se lê que o túmulo da mãe de José estava no limite setentrional de Benjamim, em Ramá (Jr 31.15). A explicação que tem sido dada é esta: o verdadeiro sepulcro de Raquel estava realmente em Belém, de Judá, mas uma semelhança do mesmo túmulo se tinha posto em Ramá, que era território de seu filho Benjamim. Os incidentes da sua vida acham-se descritos em Gênesis caps. 29,30,31,33 e 35. Jeremias (31.15) e Mateus (2.8), quando escreveram Raquel, quiseram significar as tribos de Efraim e Manassés, os filhos de José. A profecia de Jeremias foi cumprida quando estas duas tribos foram levadas cativas para além do rio Eufrates. E Mateus (2.18) serve-se desse fato para ilustrar o terrível acontecimento de Belém, quando Herodes mandou matar os meninos que tivessem de idade até dois anos. Por conseqüência, podia afirmar-se que Raquel, que ali estava sepultada, chorava a morte de tantas crianças inocentes.
22) DÃ
Quinto filho de Jacó, e o primeiro de Bila (Gn 30.6), de cuja vida pessoal nada sabemos. Quando se fez a enumeração do povo, no deserto do Sinai, continha a tribo de Dã 62.700 homens, que podiam trabalhar, sendo esse número apenas excedido por Judá. A porção da Terra Prometida, que lhe foi marcada para sua possessão, era a mais pequena das doze, mas tinha eminentes vantagens naturais. Estendia-se desde Jafo, que depois foi Jope, e agora é Yafa, ao norte, até Ecrom e Gate-Rimom ao sul, e compreendia uma das mais férteis regiões de toda a Palestina. A posse, porém, deste território foi disputada primeiramente pelos amorreus e depois pelos filisteus, que obrigaram os danitas a deixar os campos de trigo da planície, com o seu terreno preto, e a procurar aquelas povoações, cujas ruínas ainda coroam os montes, que cercam as terras baixas. Em conseqüência disto procuraram os danitas outra herança no país de Lais (Jz 18). Aqui, na sua rica possessão do norte, puderam os danitas gozar aquele repouso que lhes tinha sido negado na sua primitiva morada. Depois do tempo de Davi, vai-se desvanecendo o nome de Dã, aplicado a uma tribo. Sansão pertencia à tribo de Dã. Merece ser observado que o nome de Dã é omitido na lista do Apocalipse (cap.7). Talvez a razão disto seja o esperar-se que o anticristo havia de vir daquela tribo.
23) NAFTALI
A minha luta. O sexto filho de Jacó; e era filho de Bila (Gn 30.8). Por ocasião do Êxodo, a tribo de Naftali tinha 53.400 homens, prontos a pegar em armas (Nm 1.43; 2.30). Sob o governo de Baraque distinguiram-se valentemente os naftalitas e os zebulonitas contra o exército de Jabim, o mais novo; e conforme o desejo de Gideão, eles perseguiram os midianitas (Jz 4.10; 5.18; 7.23). Mil outros capitães, à frente de 37.000 homens, auxiliaram a coroação de Davi (1 Cr 12.34, 40). Ben-Hadade, rei da Síria, instigado por Asa, assolou a terra de Naftali. E também em tempos posteriores sofreu com as invasões dos sírios (1 Rs 15.20). Muitos dos naftalitas, se não foi a maior parte, foram levados cativos por Tiglate-Pileser, rei da Assíria (2 Rs 15.29). Josias purificou da idolatria o país de Naftali (2 Cr 34.6). E, neste mesmo território, Jesus e os Seus discípulos freqüentes vezes pregaram (Is 9.1; Mt 4.13, 15). Aquela porção da terra de Canaã, que coube à tribo de Naftali. Constava de uma longa e estreita faixa de território, ao ocidente do mar de Genesaré, estendendo-se muito para o norte, do lado ocidental do Jordão, até ao Líbano. No tempo do nosso Salvador, a terra de Naftali achava-se incluída na Galiléia, e, como fazendo parte desta província, havia de ser muito mais importante do que tinha sido antes. Porquanto foi o berço da fé cristã, a terra de onde foram naturais quase todos os apóstolos, e a pátria de Jesus Cristo. Tornou-se além disso populosa e próspera, muito acima do que se acha indicado no A.T.
24) JOSÉ
Ele (O Senhor) acrescenta. Filho do patriarca Jacó e de Raquel; nasceu em Padã-Arã, depois de; por muito tempo, ter Raquel esperado em vão por um filho (Gn 30.1,22 a 24). Os filhos da mulher favorita de Jacó foram José e Benjamim, sendo cada um deles particular objeto da profunda afeição de seus pais. Em virtude desta parcialidade surgiram acontecimentos de grande importância. Na primeira referência que a José se faz depois do seu nascimento, é ele um rapaz de dezessete anos, dileto filho de Jacó, tendo já este patriarca atravessado o rio Jordão, e havendo fixado em Canaã a sua residência. Raquel já tinha morrido, e por esta razão era de Jacó que pendia o cuidado dos dois filhos favoritos, e também por ser ainda jovem, servia José de portador de recados para seus irmãos mais velhos, que estavam longe, guardando os rebanhos; e, andando ele vestido com roupa superior à deles, era isso motivo de grande ofensa para os filhos de Jacó. Talvez o seu pai tivesse feito a "túnica de muitas cores" com as suas próprias mãos, em conformidade com o costume ainda em voga entre os beduínos. E explica-se assim o ódio e o ciúme daqueles moços. Tanto a sua mãe como ele próprio tinham sido colocados desde o princípio em lugar de honra. Era Raquel a verdadeira esposa; e por isso só ela é nomeada como "mulher de Jacó" na genealogia, que vem no cap. 46 de Gênesis. Além disso, a retidão de José era tal que eles reconheciam a sua própria inferioridade, comparando as suas vidas com a de José, mais pura e mais tranqüila. E então acontecia que ele levava a seu pai notícias dos maus feitos de seus irmãos (Gn 37.2). Mas parece que foi a "túnica talar de mangas compridas" que fez que o ódio de seus irmãos se manifestasse em atos (Gn 37.3). Mais insuportável se tornou José para com os seus irmãos quando ele lhes referiu os sonhos que tinha tido (Gn 37.5 a 11). Não tardou muito que se proporcionasse a oportunidade de vingança. Os irmãos de José tinham ido apascentar os seus rebanhos em Siquém, a 80 km de distância; e querendo Jacó saber como estavam seus filhos, mandou José ali para trazer notícias dos pastores. Mas como estes já se tinham retirado para Dotã, para ali também se dirigiu José, andando mais 24 km. Tinha bebido pela última vez do poço de Jacó. Dotã era uma importante estação, que ficava na grande estrada para caravanas, que ia de Damasco ao Egito. Havia, por aqueles sítios, ricas pastagens, estando a terra bem suprida de cisternas ou poços. Eram estas cisternas construídas na forma de uma garrafa, estreitas por cima e largas no fundo, estando muitas vezes secas, mesmo no inverno. E também eram empregadas para servirem de prisão. Naquela região foi encontrar José os seus irmãos, que resolveram tirar-lhe a vida (Gn 37.19,20). Mas Rúben, ajudado por Judá, fez todo o possível para o salvar, e isso conseguiu, não podendo, contudo, evitar que ele fosse vendido como escravo (Gn 37.36). Os compradores eram negociantes ismaelitas ou midianitas, os quais, tendo dado por José vinte peças de prata, tomaram a direção do Egito (Gn 37.25, 28,36). Entretanto os irmãos de José levaram a seu pai a túnica de mangas compridas, com manchas de sangue de uma cabra, para fazer ver que alguma fera o havia devorado. José foi levado ao Egito e vendido como escravo a Potifar, oficial de Faraó (Gn 39.1). Bem depressa ganhou a confiança de seu senhor, que lhe entregou a mordomia da sua casa (Gn 39.4). Depois disto foi José tentado pela mulher de Potifar, permanecendo, contudo, fiel a Deus e a seu senhor (Gn 39.8,9); sendo falsamente acusado pela dona da casa, foi lançado numa prisão (Gn 39.20). O carcereiro-mor tratava José com certa consideração (Gn 39.21); e no seu encarceramento foi o moço israelita feliz na interpretação dos sonhos de dois companheiros de prisão, o copeiro-mor e o padeiro-mor de Faraó (Gn 40). O copeiro-mor, quando o rei precisou de um intérprete para os seus sonhos, contou ao monarca que tinha conhecido na prisão um jovem de notável sabedoria (Gn 41.1 a 13). Em conseqüência disto foi José chamado, afirmando ele que só como instrumento do Altíssimo Deus podia dar a devida interpretação (Gn 41.16). Explicado o sonho de Faraó, ele aconselhou o rei a respeito das providências que deviam ser tomadas, por causa da fome que ameaçava afligir o Egito. Faraó recebeu bem os seus conselhos, e colocou-o na posição própria do seu tino e sabedoria, dando-lhe, além disso, em casamento a filha do sacerdote de Om (Gn 41.37 a 45). Nesta ocasião foi-lhe dado por Faraó um nome novo, o de Zafenate-Panéia. Durante os sete anos de abundância, preparou-se José para a fome, pondo em reserva uma quinta parte do trigo colhido (Gn 41.34,47 a 49). Os governadores egípcios, em épocas anteriores à do governo de José, vangloriavam-se de terem providenciado de tal maneira que nos seus tempos não tinha havido escassez de gêneros. Mas uma fome de sete anos era acontecimento raríssimo, e tão raro que num túmulo de El-kad se acha mencionado um caso daquele gênero em certa inscrição, na qual o falecido governador da província declara ter feito a colheita dos frutos, e distribuído o trigo durante os anos de fome. Se trata da mesma fome, deve este governador, cujo nome era Baba, ter operado sob a suprema direção de José; porquanto está expressamente fixado no Sallier Papyrus que o povo da terra traria os seus produtos a Agrepi (o Faraó do tempo de José) em Avaris (Hanar). Mas com tantos cuidados não se esqueceu o governador israelita do seu Deus e dos seus parentes. Os seus dois filhos, Manassés e Efraim, nasceram antes da fome. Tendo-lhes dado nomes hebraicos, mostrou que o seu coração estava ainda com o seu próprio povo, e que, de um modo especial, era fiel ao Deus de seus pais (Gn 41. 50 a 52). Com efeito, os acontecimentos foram tão maravilhosamente dispostos, que ele veio novamente a relacionar-se com a sua família. A fome foi terrível na terra de Canaã, e Jacó olhou para o Egito, como sendo o país donde lhe havia de vir o socorro (Gn 42.1 a 6). A descrição da visita dos filhos do patriarca ao Egito, e o fato de serem eles reconhecidos por José, tudo isso se lê em Gn 42 a 45. Não é nada estranho que sendo os seus irmãos reconhecidos por José, não o tivesse este sido (Gn 42.8). Desde que o jovem israelita se separou dos seus irmãos, ele tinha crescido de rapaz a uma madura virilidade, ao passo que eles já tinham alcançado aquela idade em que as exteriores aparências pouco mudam. Além disso, José tinha-se tornado um egípcio pelo seu vestuário e linguagem, enquanto seus irmãos conservavam o primitivo cunho dos seus antepassados; ele era já um verdadeiro príncipe, mas eles tinham permanecido no seu estado de pastores, como os conhecera. Tendo revelado a seus irmãos quem era, desejou José que seu pai fosse para o Egito (Gn 45.4 a 13), sendo o seu pedido apoiado na autorização de Faraó. E então o patriarca, a sua família, e os seus criados foram viver no Egito, sendo-lhes dada para sua habitação "o melhor da terra"; e ali eram sustentados por José (Gn 47.6,12). Tem-se dito que a terra de Gósen do tempo de José devia ter por limite setentrional o sítio do entroncamento da atual estrada de ferro de Zagazig, perto de Tel-el-Kebir, estendendo-se ao sul, para além de Belbis. Aquela região é, na realidade, fértil, existindo ali uma grande e próspera população. Zagazig está perto da antiga Bubastis, cujo território, em tempos faraônicos, se chamava "Sckhetnuter", a campina divina. As investigações, que ultimamente se têm feito em Bubastis (Tel-Basta), revelaram o fato de que ali esteve a principal residência dos reis hicsos. A fome do Egito habilitou José, de harmonia com os interesses do seu rei, a concentrar a propriedade da terra nas mãos do monarca (Gn 47.13 a 26), com exceção do que pertencia aos sacerdotes. Mas o povo foi salvo dos horrores da fome. Entretanto, a colônia hebraica multiplicava-se extraordinariamente (Gn 47.27). Passados dezessete anos, prometeu José a seu pai Jacó que, como ele desejava, seria enterrado junto de seus pais (Gn 47.29 a 31). Os filhos de José aproximaram-se do velho patriarca moribundo, que os abençoou (Gn 48; Hb 11.21). Nessa ocasião, foram, também, chamados para junto do leito os filhos do patriarca, sendo profetizados os seus caracteres e o futuro das respectivas famílias, e ficando eles encarregados de sepultar o seu pai na caverna que Abraão havia comprado (Gn 49.33). O funeral de Jacó foi realizado com aquele esplendor próprio da condição do filho (Gn 50.7 a 9). Os seus irmãos, após a morte do patriarca Israel, tiveram receio de que tudo para eles mudaria, mas José os tranqüilizou (Gn 50.15 a 21). Ele ainda viveu muito tempo, morrendo no Egito com cento e dez anos (Gn 50.26). O seu corpo foi embalsamado, e de conformidade com sua vontade (Gn 50.25) foi levado para Canaã pelos israelitas, e sepultado em Siquém (Êx 13.19; Js 24.32; At 7.16). O nome de José é empregado em Dt 33.13 a respeito das duas tribos, que descendiam de Efraim e Manassés; e em Am 5.6,15 em relação ao reino do Norte, no qual era predominante a tribo de Efraim.
25) BENJAMIM
Filho da mão direita. Nome que lhe foi dado por seu pai Jacó. A sua mãe moribunda tinha dado à recém-nascida criança o nome de Benoni, filho da minha aflição (Gn 35.18). Benjamim era dos doze filhos do patriarca Jacó o mais novo, e teve com o seu irmão José, filho da mesma mãe, a mais afetuosa estima da parte de seu pai. Benjamim era a grande consolação do seu idoso pai, e correspondia com igual afeto à grande amizade que lhe tinha o seu irmão José, mais velho do que ele (Gn 45.14). Nasceu na Palestina, entre Betel e Belém, e a sua vida, quando foi dado à luz, custou a vida de sua mãe (Gn 35.16 e seguintes). Nada mais se sabe de Benjamim até àquela ocasião em que seus irmãos tiveram de ir ao Egito para comprar trigo. Revela-se, então, o seu caráter como bem amado filho e querido irmão. É ele o favorito de toda a família, e ainda que pai de numerosa descendência, foi sempre considerado como aquele de quem o resto da família devia ter especial cuidado (Gn 46.21; 44.20). A partir de então a sua vida se extingue na da tribo, a que deu o seu nome. Ele, que parece ter sido o menos varonil dos doze, foi o fundador de uma tribo de guerreiros temíveis. Mas a fortaleza e as qualidades guerreiras desta gente provinham do seu escabroso país que estava também exposto aos ataques dos seus inimigos de fora. Que isto havia de ser assim, foi anunciado por Jacó à hora da sua morte (Gn 49.27).
26) EFRAIM
Fértil. Segundo filho de José, nascido no Egito (Gn 41. 52). Quando foi levado à presença do patriarca Jacó com Manassés, Jacó pôs a sua mão direita sobre ele. Quis José mudar as posições dos seus dois filhos, mas Jacó recusou (Gn 48.8 a 20).
27) MANASSÉS
Causando esquecimento. O filho mais velho de José (Gn 41.51). José apresentou os seus dois filhos a seu pai Jacó, já moribundo, para que os abençoasse. Jacó os adotou: mas o direito de nascimento foi dado a Efraim, embora fosse o mais novo (Gn 48.1 a 22). A tribo de Manassés saiu do Egito em número de 32.200 homens, compreendendo os de 20 anos para cima, e sendo Gamaliel o seu príncipe, que era filho de Pedazur (Nm 2.20,21). Esta tribo dividiu-se na Terra Prometida. Meia tribo de Manassés estabeleceu-se ao oriente do Jordão, possuindo o país de Basã, desde a ribeira de Jaboque para o norte; e a outra meia tribo de Manassés ficou ao ocidente do Jordão, e tinha as terras que ficavam entre Efraim, ao sul, e Issacar, ao norte (Js 17.10). Gideão e Jefté eram manasseitas. À meia tribo do oriente do Jordão se juntaram Rúben e Gade preparando 120.000 homens, com toda a sorte de instrumentos de guerra, a fim de tomarem parte na coroação de Davi em Hebrom (1 Cr 12.37). Mas a prosperidade levou os manasseitas à idolatria, os quais receberam o seu castigo, sendo arrastados ao cativeiro por Pul e Tiglate-Pilneser (1 Cr 5.23 a 26). Houve membros da tribo de Manassés, que exerceram um papel importante nas diversas reformas religiosas (2 Cr 15.9; 30.1; 31.1; 34.6).

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