Autor: Paulo
(e Timóteo). 1.1; 4.18.
Data: 60 ou
61 d.C.
Local: Prisão
em Roma (4.3; 4.18).
Tema: A
supremacia de Cristo
Classificação:
cristologia (doutrina de Cristo).
Texto chave -
3.11.
A CIDADE DE
COLOSSOS
Colossos
ficava a sudoeste da Frígia, na Ásia Menor, às margens do rio Lico. A cidade
foi importante no século V a.C.. Depois foi perdendo sua importância diante do
crescimento de Laodicéia, a 18 km, e Hierápolis (Col.4.13). O livro de
Apocalipse confirma que Laodicéia era uma cidade rica (Ap.3.18).
Colossos
perdeu sua importância devido à mudança no sistema de estradas. Isso passou a
beneficiar Laodicéia.
A cidade dos
colossenses foi destruída no século 12 d.C.. Escavações arqueológicas
realizadas em 1835 descobriram um teatro e um cemitério da cidade.
FUNDAÇÃO DA
IGREJA
A igreja em
Colossos deve ter sido fundada por Epafras. Isso não está claro no Novo
Testamento, mas parece ser uma dedução coerente com as palavras de Paulo (Col.
1.7,8). É provável que Paulo nunca tenha estado em Colossos. Isso é deduzido de
Col. 2.1. Apesar de tantas questões incertas sobre a fundação da igreja, o que
sabemos com certeza é que a mesma estava sob a liderança de Epafras, como
também ocorria com as igrejas de Laodicéia e Hierápolis (Col. 4.12-13). O texto
de Colossenses 4 e também o de Filemom 23 nos dão a entender que Epafras estava
preso juntamente com Paulo, quando este escreve as chamadas "epístolas da
prisão": Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Essa circunstância
comum às quatro cartas faz com que haja algumas semelhanças entre elas,
principalmente entre Efésios e Colossenses (Exemplo: Ef.6.21-22 e Col. 4.7,9 e
Fm.10,23,24.)
COMENTÁRIO
DIVISÃO DO
LIVRO
Como já é
comum no estilo Paulino, a epístola apresenta duas partes: doutrina (cap. 1 e
2) e aplicação prática (3 e 4). Paulo mostra de modo bastante consciente o
valor do conhecimento e da experiência. Precisamos também valorizar as duas
coisas, as quais precisam andar juntas (Os.4.6; Tg.1.22). O conhecimento
isolado é inútil. Na oportunidade em que puder ser aplicado, então se torna
proveitoso. Se conhecermos a doutrina mas não a colocarmos em prática, a mesma
será inútil. Por outro lado, a busca da experiência por parte de quem despreza
o conhecimento, torna-se uma aventura perigosa. Quem busca apenas experiências
espirituais e não quer aprender nada sobre Deus e sobre a bíblia, poderá,
eventualmente, ter uma experiência com o inimigo e ser enganado. Observe em
Colossenses 2.18, que as visões podem estar ligadas ao engano. Sabemos que Deus
também dá visões (Joel 2.28), mas estas estarão sempre coerentes com a bíblia.
Portanto, o
conhecimento será o filtro para a experiência. O conhecimento é a base para o discernimento.
Em Mateus 4, Jesus, ao ser tentado, combateu o inimigo através da Palavra de
Deus, à qual Cristo conhecia de cor, sabendo também o seu real significado.
Na parte
prática, Paulo dá instruções para os pais, esposas, maridos, filhos, servos e senhores.
Orienta também em relação à oração, à pureza e liberdade cristã.
O PROBLEMA
DOS COLOSSENSES
JUDAÍSMO E
GNOSTICISMO
Epafras levou
ao conhecimento de Paulo a situação dos Colossenses. O "relatório"
apresentava dois aspectos importantes. Em primeiro lugar, foi dado testemunho a
respeito da fé, do amor e do crescimento daquela igreja (1.4-8; 2.5). A outra
informação
dava conta de que alguns líderes estavam se infiltrando na comunidade e levando
influências judaicas e filosóficas (2.8). Esses elementos estavam se misturando
e produzindo heresias. A parte filosófica em questão era a doutrina dos
gnósticos. Juntando tudo isso, os irmãos estavam sendo pressionados em relação
aos seguintes pontos:
Valorização dos mistérios do gnosticismo.
Adoração a anjos, aos quais os gnósticos atribuíam a obra da criação.
Ascetismo exterior: abstinência de comidas e bebidas (influência gnóstica
e judaica).
Observância da lei mosaica (influência judaica).
- Prática da
circuncisão.
- Comemoração
das festas judaicas.
- Guarda do
sábado.
Os gnósticos
acreditavam que o mal estava ligado à matéria. Este conceito produzia outros
bastantes perigosos. Criam que, sendo a matéria má, então não foi Deus quem a
criou, mas sim os anjos. Se a matéria é má, então a encarnação divina não
poderia ser considerada um fato nem uma possibilidade. Assim, estava criado um
sistema doutrinário que negava a divindade de Cristo e a obra da cruz.
Apesar de não
ser diretamente responsável pela igreja em Colossos, Paulo reage energicamente
contra aquelas heresias que ameaçavam a sã doutrina. Em seu combate, Paulo
destaca a supremacia de Cristo. A sua divindade e a sua obra na cruz eram
elementos plenamente suficientes para a refutação de todos aqueles ensinamentos
judaicos e filosóficos (2.8-10). Se forma incisiva, Paulo derruba todos aqueles
sofismas. Ele destaca que o mistério que nos interessa é Cristo, o qual já foi
revelado a nós. Então, de nada importam os mistérios gnósticos (Col. 1.26-27;
2.2-3; 4.3). Se conhecermos a Cristo, não precisamos inquirir sobre nenhum
outro mistério religioso ou filosófico. O nome gnosticismo vem do termo
"gnose", que significa conhecimento. Paulo usa a mesma palavra para
mostrar que o conhecimento de Deus através de Cristo é suficiente para suprir
as necessidades espirituais do homem (Col. 1.9-10,27-28; 2.2-3; 3.16).
O gnosticismo
atribuía a criação aos anjos, colocando-os como objeto de culto (2.18). A isso,
Paulo combate ao dizer que Cristo, sendo Deus, é o criador de todas as coisas,
inclusive dos anjos (1.13-17). Acrescenta ainda, que o Senhor Jesus está acima
de todos os poderes angelicais, sejam eles principados ou potestades, os quais
estão sujeitos ao senhorio de Cristo (2.10,15). Adorando anjos, os gnósticos
estavam, de fato, adorando demônios, pois os anjos de Deus não recebem cultos.
Paulo associa os "anjos dos gnósticos" aos demônios quando diz que
Cristo despojou os principados e potestades, expondo-os ao desprezo.
Com relação
às questões judaicas, Paulo insiste naqueles pontos já presentes nas outras epístolas.
Cristo já nos resgatou do domínio das exigências cerimoniais da lei. Ele a
cravou na cruz (2.14). O significado de Cristo em nós (1.27) supre totalmente o
que poderíamos buscar através da circuncisão (2.11; 3.11), ou das festas, ou
dos sábados (2.16-17). Já temos Cristo. Então não precisamos mais desses
elementos judaicos, os quais possuíram o seu valor numa época em que Cristo não
tinha vindo ao mundo. Paulo diz que aqueles elementos do judaísmo eram
"sombra". Cristo é a realidade. Não precisamos mais da sombra. O
autor da carta aos Hebreus usa a mesma linguagem para comparar a lei e o
judaísmo com a realidade cristã (Hb.8.5; 10.1).
Os
judaizantes e os gnósticos traziam um fardo de mandamentos exteriores para os
gentios convertidos ao cristianismo. Contudo, suas leis atingiam apenas
questões superficiais e até supérfluas. Afirmando que a matéria é má, os
gnósticos impunham severas regras de alimentação e disciplina. Contudo, nada
disso seria útil ao espírito. Tal rigor poderia até ter utilidade para o corpo,
mas era inútil para a alma e não poderia ser colocado como questão espiritual,
religiosa, ou relacionada à salvação eterna. No capítulo 3, Paulo fala do que
realmente afeta a alma humana: o pecado. De que adiantariam tantas ordenanças e
rituais se o pecado continuasse ocorrendo livremente. Então, o apóstolo toca no
que realmente era importante para os colossenses e continua importante para
nós.
Ao invés de
ficar preocupados com questões de alimentação, eles deviam se preocupar em
combater a prostituição, a avareza, a impureza, etc, pois estes elementos
atrairiam a ira de Deus sobre os homens (Col. 3.5-6). Falando assim, Paulo
mostra que, enquanto os gnósticos associavam o mal à matéria, o mal está é no
pecado, na natureza pecaminosa do homem, e não na matéria em si.
O ATAQUE DE
PAULO CONTRA AS HERESIAS
DESTAQUE PARA
A SUPREMACIA DE CRISTO
A natureza de
Cristo – Sua divindade e usa unidade com o Pai - (Col. 1.15-19)
Imagem do
Deus invisível – Col. 1.15.
Criador –
Col. 1.16.
Mantenedor da
criação – Col. 1.17.
A vinda de
Cristo ao mundo e sua obra na cruz – (Col. 1. 20-23; 2.13-15).
Os
colossenses precisavam ser conscientizados ou lembrados a respeito da pessoa de
Cristo, sua natureza e sua obra. A periculosidade de muitas correntes
filosóficas e religiosas reside no fato de valorizarem muitos elementos,
personagens, práticas e conceitos, tirando assim a atenção e a fé que deveriam
estar concentradas na pessoa de Jesus. Ensinamentos, aparentemente inofensivos,
estarão causando danos profundos na alma humana. Por exemplo, se começarmos a
fazer do "pensamento positivo" a causa do nosso sucesso, então
estaremos, sutilmente, negando a Cristo.
Assim
acontece também com aquelas pessoas que dizem acreditar em Cristo, mas são
devotas de uma série de "santos" ou "guias". O acontece com
elas? Fazem suas orações a Jesus? Não. Acabam por ignorá-lo. Assim, de uma
forma sutil, o diabo conseguiu o seu objetivo. Aparentemente, ele não quer
substituir Cristo, apenas "acrescentar" um "personagem"
aqui e outro ali. No final, Cristo já foi substituído na vida de muitas
pessoas.
Paulo colocou
em destaque a natureza e a obra de Cristo. Sendo quem ele é e tendo feito o que
ele fez por nós, não precisamos de nenhum outro "personagem"
espiritual que venha nos oferecer alguma coisa. Cristo é tudo o que precisamos
para a nossa salvação. Seus ensinamentos são os únicos que vão reger a nossa
vida espiritual. Nele estão todas as riquezas espirituais de Deus para os seus
filhos. (1.27; 2.2; 3.16).
ESBOÇO
I -
Introdução - 1.1-8
II - Oração
pelos colossenses - 1.9-12. (por riquezas espirituais)
III - A
excelência da pessoa e da obra de Cristo. - 1.13-23
IV -
Trabalhos, sofrimentos e cuidado de Paulo pelos colossenses - 1.24 a 2.7.
V - Exortação
contra filosofias e heresias - 2.8-23.
VI -
Exortação à santidade e ao amor fraternal - 3.1-17.
VII -
Exortação quanto aos deveres domésticos,
à oração, e
às relações sociais - 3.18 a 4.6
VIII -
Conclusão e saudações - 4.7-18.
Em caso de
utilização impressa do presente material, favor mencionar o nome do
autor: Anísio Renato de Andrade –
Bacharel em Teologia.
BIBLIOGRAFIA
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Tomás Parra, Os Tempos de Jesus - Ed. Paulinas.
GONZÁLEZ,
Justo L., Uma História Ilustrada do Cristianismo - Volume 1 - Ed. Vida Nova.
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Flávio, A História dos Judeus - CPAD
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J.D., O Novo Dicionário da Bíblia – Ed. Vida Nova
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Referência Thompson - Tradução de João Ferreira de Almeida - Versão
Contemporânea - Ed. Vida
www.santovivo.net
SITES
PESQUISADOS NA INTERNET
http://www.biblia.page.com.br
http://www.terravista.pt/nazare/2190
http://usb.org.br/e2000105.htm
http://www.eon.com.br/cia53.htm
http://www.quadrangular.com/chamada/cmn0998b.htm
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